Automonitoramento em Habilidades Sociais

Para começarmos é importante salientar que existem algumas definições de Automonitoramento. Para Lincoln e Gimenes (2008) automonitoramento (AM) é o comportamento de observar e registrar sistematicamente a ocorrência de algum comportamento (privado ou público) emitido pela própria pessoa e eventos ambientais associados.

De acordo com Del Prette e Del Prette (2001), o automonitoramento ou automonitoria é uma habilidade metacognitiva e comportamental na qual a pessoa observa, descreve, interpreta e regula seus pensamentos, sentimentos e comportamentos em situações sociais.

Muitas vezes agimos e sentimos de forma “automática” sem observar o que nos leva a agir como agimos, o que acaba por dificultar mudanças comportamentais, pois não conseguimos prever e por consequência controlar nossos comportamentos.

Partindo deste princípio, o automonitoramento é um requisito muito importante, se tratando de habilidades sociais, ou seja, a forma como estamos nos relacionando com os outros. Portanto quando identificamos déficits e excessos comportamentais realizamos um Treinamento de Habilidades Sociais e o automonitoramento se torna uma ferramenta importante se tratando da identificação, mudança e manutenção do repertório adequado em habilidades sociais. Para tanto é importante sabermos requisitos importantes que compõem o automonitoramento.

Segundo Del Prette e Del Prette (2001) estes requisitos são:

  • Reconhecer seus próprios comportamentos (privados), numa situação de interação;
  • Identificar outras formas de comportamento possíveis na interação;
  • Antever possíveis consequências de diferentes respostas de interação;
  • Escolher seu desempenho, levando em consideração as alternativas possíveis;
  • Regular a topografia do seu desempenho nas interações sociais;
  • Autocontrole, no intuito de evitar determinados desempenhos, não escolhidos para interação.

Ou seja, o indivíduo deve ser capaz de observar seus próprios comportamentos, evitando reações impulsivas e prevendo possíveis reações, podendo assim modificar o seu tipo de interação social, exercendo assim o autocontrole, definido por Skinner (1953/2000) como, o controle por parte do indivíduo de controlar parte de seu próprio comportamento quando uma resposta tem consequências que provocam conflitos – quando leva tanto a reforço positivo quanto a negativo.

Como exemplo de automonitoria podemos citar, uma conversa entre dois amigos em que uma fala e o outro não consegue escutar. Nesse momento o falante avalia seu desempenho e percebe que terá que falar mais alto, para que sua interação social seja competente, ou seja ele avaliou seu próprio desempenho e modificou a topografia do seu comportamento e nessa mesma interação teve autocontrole para não emitir outros tipos de comportamento.

Esse processo requer tempo e por muitas vezes é preciso treinar o automonitoramento em situações mais simples como a descrita acima, até interações mais complexas.

BIBLIOGRAFIA

Del Prette, A. Dell Prette, Z. (2017). Competência Social: Manual Teórico Prático. Editora Vozes.

Skinner, B.F. (2000). Ciência e comportamento Humano. Tradução de J. C. Todorov e R. Azzi. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953).

Bohm, H. Lincoln, Gimenes, L.S. (2008) Automonitoramento como técnica terapêutica e de avaliação comportamental Carlos. Revista Psicolog. Ribeirão Preto. SP.

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Escrito por Fernanda Cerqueira

Psicóloga Clínica. Mestre em Análise e Evolução do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). Especializada em Terapia Analítico Comportamental Clínica pela Unijorge. Psicóloga, formada pela União Metropolitana de Educação e Cultura (Unime) Salvador BA.
E-mail para contato:
nandacerqueira-@hotmail.com

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