Tô curtindo Análise do Comportamento, e agora? Segunda parte

Pessoal, seguindo a mesma linha da postagem anterior (link), deixo mais sete dicas para quem está curtindo Análise do Comportamento. Espero que sejam uteis. Como no último texto, peço ajuda aos mais vividos para contribuírem com sua experiência no espaço do blog destinado aos comentários. Abração!
1) Participe/crie grupos de estudo. 
Se a sua Universidade não oferece grupos de estudo, comporte-se! Mobilize os seus colegas. Os grupos oferecem um espaço super bacana para discussão de textos e fomento de projetos de pesquisa, além de poder se tornar um meio de confraternização. Quando são feitos sob a supervisão de um professor, podem gerar certificados (lembre-se do Lattes). 


2) Participe/crie Ligas Acadêmicas de Análise do Comportamento. 
Uma liga acadêmica é uma entidade sem fins lucrativos, formada por um grupo de alunos com um interesse comum e que se reúnem para realizar atividades práticas e teóricas sobre um dado tema, supervisionados por profissionais da área. É uma rede de estudantes que desejam e criam oportunidades de trabalhos científicos, didáticos, culturais e sociais no espaço acadêmico ou extra-acadêmico, além de organizar tentar mediar a organização de atividades extracurriculares de ensino, pesquisa e extensão, neste caso, em Análise do Comportamento. Algumas Universidades, como a UFPA, UFC, UFSJ, UFPI e Univasf, possuem ligas acadêmicas,. Se sua Universidade ainda não possui uma, comporte-se! Mobilize os seus colegas, entre em contato com os representantes de outras Ligas… 

3) Participe de projetos de pesquisa, extensão e estágios extra-curriculares 
Invista em sua carreira e devolva para sua comunidade um pouco do que tem aprendido. Participar de projetos de pesquisa, extensão e estágios, além de dar uma incrementada no seu Lattes, é uma excelente oportunidade para aprofundar seus conhecimentos no assunto, e pode ser um pontapé importantíssimo para a sua atuação no mercado de trabalho. 
4) Estude Inglês. 
Grande parte dos artigos publicados na área está em inglês. Um curso de inglês instrumental pode ser suficiente para facilitar a leitura de textos e garantir seu ingresso em um bom programa de Mestrado. Mas se você quer ir longe (publicar em periódicos internacionais, trocar correspondências com grandes autores estrangeiros…), é importante dominar esse idioma. Então, comporte-se! Matricule-se já no cursinho de inglês mais próximo, é bem provável que sua Universidade disponibilize um, quanto mais cedo melhor. 
5) Ciência é cooperação, não é competição. 
Aprendi essa lição com meus orientadores André Bravin (UFG/UnB), Marcelo Henriques (UFG) e Fábio Baia (FESURV/FAMA/UNB). É auto-explicativa. Nós estamos inseridos em uma comunidade e se quisermos garantir sua existência é importante que aprendamos a cooperar. Segue uma citação de um artigo do Abib (2001) que discorre, entre outras coisas, sobre cooperação: 
“Práticas de sobrevivência cultural referem-se então a práticas que contribuem para construir uma cultura mais pacífica, e os que se engajam nessas práticas visam o pacifismo. E se uma violência intolerável aflige várias culturas, engajar-se na sobrevivência de todas elas por um pacifismo universal significa, por um lado, promover cooperação, solidariedade e apoio; e por outro, desestimular a competição. 
Enfim, defender o pacifismo é engajar-se em práticas que promovem a sobrevivência das culturas como cooperação, apoio, solidariedade, tolerância, compaixão”. (p. 111) 
6) Corrija eventuais erros de professores e colegas sendo sempre assertivo. 

Se eu tivesse a oportunidade de ter um encontro com Moisés, imploraria para que ele incluísse em sua tábua mais um mandamento: Seja Assertivo! Caballo (1996) afirma que o comportamento assertivo, ou socialmente habilidoso, é um conjunto de comportamentos emitidos pelo indivíduo em um contexto interpessoal, que expressa os sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo de um modo adequado à situação, o que geralmente resolve os problemas imediatos da situação e minimiza a probabilidade de futuros problemas. 

Creio ser muito saudável participar de debates epistemológicos e rebater críticas infundadas acerca do Behaviorismo Radical. Uma ferramenta bacana para te auxiliar em discussões desse tipo é o livro “Sobre o Behaviorismo”, do próprio B. F. Skinner, facílimo de ser encontrado, porém com alguns erros de tradução. 
7) Bullying Acadêmico 
Durante sua jornada acadêmica – e profissional – você, costumeiramente, irá encontrar pessoas proferindo absurdos e os creditando à Análise do Comportamento. Apelidos como: ratistas, rato, rato branco, rato de laboratório não serão incomuns. Vez por outra você será atacado – sim, atacado! – com impropérios travestidos de academicidade simplesmente por se intitular Analista do Comportamento. A meu ver, são estratégias falaciosas para tentar afetar negativamente um corpo teórico bem constituído que tem produzido excelentes resultados em diversas áreas. 
Comporte-se! Mas sempre assertivamente. Explique o quanto atitudes desse tipo podem ser prejudiciais para um debate científico e para a consolidação da Psicologia como ciência. Se persistirem, use os recursos administrativos que sua Universidade dispõe. 
Para fechar com chave de ouro, aí vai uma lição direto da fonte: “Faça acontecer! Este tem sido o meu tema favorito, fazer o melhor a partir daquilo que você tem.” (B. F. Skinner) 
Referências Bibliográficas 
Abib, J. A. D. (2001). Teoria moral de Skinner e desenvolvimento humano. Psicologia: Reflexão e Crítica, 14, 107-117. 
Caballo, V.E. (1996), Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento. São Paulo: Santos.
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Escrito por Rodrigo Marquez

Entrevista com Hélio Guilhardi no Curso de Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR) em Salvador/BA

Resumos – II Congresso de Psicologia e Análise do Comportamento (CPAC) – Londrina/PR