Objetivos no ensino: o quê e para quê ensinar?

Ter de forma clara quais são os objetivos de ensino e quais passos deverão ser tomados para que esse objetivo seja alcançado é fundamental para uma educação de qualidade.
Para uma discussão analítico-comportamental destes objetivos, é importante salientar que para Skinner (1972) ensino é entendido como atividade que deve preparar o aluno para o futuro, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo, necessários à sua sobrevivência como membro da espécie, como indivíduo e como participante de uma cultura.

A educação deve promover a liberdade¹ do aluno, ensinando-o a lidar eficientemente com seu ambiente e a agir por si próprio, tornando-se independente de outros que lhe digam o que deve fazer, aprendendo a alterar os fatores determinantes de seu comportamento, estabelecendo condições que fogem aos padrões pré-estabelecidos, a fim de que o aluno possa reagir a vários tipos de controles externos e a emitir respostas que são comumente caracterizadas como originais.


É necessário arranjar o ambiente educacional a fim de permitir ao aluno o desenvolvimento de um extenso repertório comportamental, que inclua diferentes comportamentos necessários para produzir efeitos sobre a realidade e sobre si mesmo.
A definição do conteúdo do ensino deve ser um trabalho coletivo, do qual devem participar outros profissionais, além do professor. Não obstante o professor ser o responsável por saber o que pode ser ensinado no tempo estipulado pelas agências reguladoras e como o conteúdo deverá ser ensinado, especialistas em áreas do conhecimento podem sugerir alguns pontos relevantes a serem trabalhados em sala de aula.

Ter objetivos e conteúdos claramente estipulados é importante tanto para os professores definirem o seu modus operandi em sala de aula, como para as agências governamentais reguladoras do ensino definirem os seus programas e políticas publicas. Como muito bem traduzido pelo filósofo Sêneca: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”.
Nota

¹ – Para mais informações sobre o conceito de liberdade para a Análise do Comportamento, vide a obra “O mito da liberdade”, de B. F. Skinner, editado pela Summus – SP

Bibliografia

SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: EPU, 1972.

ZANOTTO, M. L. B. Formação de professores: a contribuição da análise comportamental a partir de uma visão skinneriana de ensino. 1997. Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997.
0 0 votes
Article Rating

Escrito por Rodrigo Marquez

Será que quando nós mentimos, nosso nariz cresce?

Sorteio de inscrição – IV Jornada de Análise do Comportamento de Jundiaí