Bullying – senhor pai, o que está esperando pra ajudar?

Muitas crianças sofrem diariamente na escola, muitas vezes caladas, sendo vítimas do Bullying. Menos mal quando ela ainda fala para os pais, que podem buscar solucionar de algum modo o problema. Mas e quando ela sofre em silêncio, sem ninguém ficar sabendo?
Muitos pais nem notam os sinais que uma criança vítima de Bullying apresenta. Alguns até percebem mudanças no comportamento do filho, mas por desconhecimento, acabam não compreendendo o que de fato está acontecendo e podem até puni-lo por não querer ir mais à escola, sofrer queda no rendimento escolar, entre outras coisas.

No artigo “Comportamento em Cena – Lucas, um intruso no formigueiro – fime infantil aborda Bullying e relações hostis na infância” a doutora em Psicologia Clínica Infantil Giovana Del Prette discorre sobre o tema, utilizando o comportamento do personagem como exemplo. Faremos aqui um pequeno diálogo entre o que o artigo da Psicóloga e algumas outras informações que fui coletando ao longo de minhas leituras.

O que é Bullying?
A ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Protenção a Criança e ao Adolescente) define Bullying como “todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder“.
Mais especificamente, uma criança é vítima de Bullying quando ela é agredida, assediada, aterrorizada, discriminada, envergonhada por meio de apelidos ou brincadeias às quais não consegue reagir, dominada, excluída do grupo, ignorada, ou submetida a qualquer outro tipo de violência psicológica ou social ¹.
Quem é a vítima de Bullying?

A vítima em potencial, pode apresentar características físicas ou comportamentais desprezadas por seu grupo social, ou mesmo invejadas ². Pode ser também aquela criança que não possua repertório de enfrentamento adequado, isto é, não saiba lidar com as brincadeiras e exigências do grupo de maneira saudável – sendo logo estigmatizada e, então, fica difícil tirá-la da situação². O tímido, o gordinho, o japonês, o índio, o que não se veste como as outras pessoas do grupo, o que tira notas muito acima dos outros ou querido das professoras são alvos em pontencial. A criança que possui uma autoestima baixa é também pode ser vítima. Os outros notam isto e acabam se aproveitando da situação. 

O que pode ser considerado sinal de Bullying no comportamento da criança?

Quem sofre Bullying geralmente apresenta desinteresse em frequentar a escola; sente-se mal ou até simula doenças perto da hora de sair de casa; pede para trocar de escola; evita ir sozinho à aula; procura percorrer caminhos diferentes entre a escola e sua casa; apresenta baixo desempenho acadêmico; volta da escola com material ou roupa estragados; chega em casa machucado, sem explicação convincente; apresenta sinais de angústia, ansiedade e depressão; pode ter pesadelos constantes; “perde” pertences e dinheiro com frequência¹ ; tem poucos amigos; tem dificuldades para namorar.
Cuidado é importante, pois nem sempre a criança vítima de Bullying fala para um adulto ². Às vezes por medo, por vergonha, ou por não acreditar que seja possível mudar a situação . Muitas se consideram merecedoras do que acontece e simplesmente não procuram reagir. 
Como lidar com o Bullying?
Não existe uma fórmula para isto, mas algumas dicas podem ser dadas. A princípio, é importante lembrar que ações voltadas para o Bullying são pouco eficazes ².
É importante que a criança aprenda habilidades sociais; comece a andar com outras crianças que não praticam Bullying; desenvolva sua autoestima e auto-confiança, o que pode ser feito através da inserção em atividades que podem valorizá-la, como música, artes marciais, etc., à preferência da criança (sempre); procure ficar próxima às autoridades (professores, direção, etc.) da escola, etc.²
O interessante mesmo, e que apresenta melhores resultados, portanto, é a orientação individualizada. Procurar um psicólogo para analisar a situação e propor um plano interventivo adequado às condições de cada criança é o mais indicado.
A mudança de atitude da criança pode não resolver o problema²; pois, em geral, são os outros que incentivam o Bullying. As intervenções mais eficazes são aquelas que ocorrem diretamente sobre o comportamento do agressor, nas quais procura-se fazer com que ele se coloque no lugar da vítima e torne-se sensível a seu sofrimento.
Em ambos os casos, é importante que o pai estabeleça uma relação aberta com o filho, de forma que sejam aumentadas as chances dele contar sobre o que está sofrendo quando chegar em casa. A participação da família no acolhimento e orientação são importantíssimos nesses casos. Não se trata apenas de “frescura” ou algo do gênero, mas de um sofrimento genuíno que pode trazer graves consequências mais tarde. Quem se lembra do caso do atirador do Realengo?
Links consultados:
Link  ¹ – Bullying.
Link ² – Boletim Paradigma – artigo de Giovana Del Prette: “Comportamento em cena – Lucas, um intruso no formigueiro – Filme infantil aborda Bullying e relações hostís na infância”, o qual forneceu a análise comportamental deste texto.

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Escrito por Portal Comporte-se

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